IPS forma profissionais de saúde para combater Mutilação Genital Feminina

Secretária de Estado Rosa Monteiro presidiu à abertura da III Pós-graduação em Saúde Sexual e Reprodutiva

A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS/IPS) deu início, na sexta-feira, 14, à terceira edição da pós-graduação em Saúde Sexual e Reprodutiva: Mutilação Genital Feminina (MGF), numa sessão presidida pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro.

  

O curso, que envolve 30 formandos – sete médicos, 14 enfermeiros, um psicólogo e quatro assistentes sociais – vai prolongar-se até junho de 2019, propondo-se sensibilizar e capacitar profissionais de saúde para prevenir esta prática tradicional nefasta e cuidar adequadamente as meninas e mulheres que já tenham sido mutiladas. A ONU estima que, anualmente, cerca de três milhões de meninas corram o risco de ser vítimas desta prática cultural, não médica, que já terá afetado mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo.

 

O relançamento desta pós-graduação, que já formou 60 profissionais de saúde desde a sua primeira edição, em 2013/2014, surge no contexto do projeto Práticas Saudáveis: Fim à Mutilação Genital Feminina, apresentado pelo Governo em novembro e que visa uma intervenção coordenada em cinco territórios de maior prevalência do problema, nomeadamente Almada-Seixal, Amadora, Arco Ribeirinho, Loures-Odivelas e Sintra.

 

A parceria, inicialmente composta pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Direção-Geral de Saúde e Associação para o Planeamento da Família, é agora alargada ao Alto Comissariado para as Migrações e Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

 

“A MGF já não é um problema localizado ou centrado nos territórios de maior prevalência, como a Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Egipto ou Somália, é um problema que todos os profissionais de saúde portugueses devem conhecer e saber identificar, dada a intensificação dos fluxos migratórios. Esta é a importância e o impacto desta pós-graduação, ou seja, a capacitação e a formação, porque quando não conseguimos ver o problema ele não existe”, referiu a governante.

 

Rosa Monteiro sublinhou ainda o papel destes 30 formandos, na produção e partilha de conhecimento sobre a MGF.  “É muito importante o conhecimento que produzem, não só académico, mas também o que resulta da vossa experiência no contacto com as pessoas, numa área em que há pouco conhecimento produzido. Contamos com o vosso know how de contacto direto com o problema para nos ajudar a perceber para onde devemos nós, tutela, seguir em termos de intervenção”, afirmou.

 

Da parte do IPS, ficou demonstrado o orgulho de ser a instituição de ensino superior parceira neste combate concertado contra a MGF. “A formação e sensibilização de profissionais de saúde é primordial para uma abordagem apropriada, de modo a estabelecer um contacto de maior proximidade com as vítimas e estar familiarizado com esta realidade. O IPS, através da sua Escola Superior de Saúde, tem-se mostrado sensível a este fenómeno e, tendo conhecimento das prioridades estabelecidas em instrumentos de política pública, não poderia deixar de aceitar ser a entidade que ministra e acredita estes cursos”, afirmou na sessão a vice-presidente, Ângela Lemos.

 

 

Fonte:IPS