As manifestações organizadas pelo Partido Comunista Português (PCP), no dia de hoje, em Almada, Setúbal e Barreiro, junto aos hospitais de cada um destes concelhos são para vários dirigentes da Juventude Popular (JP), motivo de crítica, alarme e mais uma vez, descrédito pelo partido em questão.
José Coutinho, presidente da JP Distrital de Setúbal vê tais eventos como uma demonstração da “dupla face do PCP”, considerando que os comunistas se colocam “deliberadamente ao lado do PS na aprovação de Orçamentos de Estado”, ao mesmo tempo que aparecem na rua a “gritar a todos os ventos as necessidades do SNS e a diabolizar os prestadores de serviços de saúde privados”, tendo portanto duas caras.
Segundo o PCP, estas concentrações servem para chamar a atenção acerca de um alegado saque aos privados. Nuno Rita, presidente da JP de Almada, concelho onde a concentração dos comunistas está marcada para às 18h00, declarou ser “incompreensível que numa altura em que o número de casos e de mortes diárias continua a aumentar, o PCP continue a colocar a ideologia à frente da saúde dos portugueses” e se recuse a ver a mais-valia da ajuda dos privados no combate à pandemia. Nuno Rita acrescentou ainda que esta ajuda é “imperativa para evitar que mais vidas sejam prejudicadas”.

O presidente da Juventude Popular de Setúbal também ficou descontente porém, sem surpresas. “É revelador, mas infelizmente pouco surpreendente, que a única forma que o PCP encontra para reivindicar o que acha necessário para o SNS, seja organizar exatamente o que autoridades de saúde mais desaconselham, ainda por cima tendo responsabilidade no estado atual do Serviço Nacional de Saúde”, disse João Conde.

A Juventude Popular do distrito de Setúbal, tanto enquanto distrital, como por sua vez nas distintas concelhias em que houve reações, está unida para combater a pandemia e recusa compactuar em silêncio com manifestações desta índole, que são meros manifestos políticos e que em nada ajudam o país no momento que se está a atravessar. Para estes jovens dirigentes a prioridade são as pessoas e a saúde pública e não o preconceito ideológico que pretende recusar o auxílio de outros setores da saúde. 
Consideram também que fazer manifestações neste momento é contribuir para o aumento de casos, uma vez que aglomerados de pessoas são extremamente desaconselhados.


Setúbal 17 novembro 2020