Este foi fim-de-semana de Taça de Portugal, uma competição com grande tradição no nosso país e que significa festa, convívio e uma oportunidade dada às equipas de menor dimensão para eliminarem as ditas equipas grandes e receberem a denominação de “tomba-gigantes”. Esta eliminatória teve um condimento especial com um encontro entre dois dos grandes do futebol português: Porto e Sporting. Numa final antecipada logo à 3ª eliminatória da competição a sorte sorriu ao Sporting; e não foi só sorte, houve muito mérito também.

Mérito total de Marco Silva que montou bem as suas peças começando a demonstrar uma equipa estruturada, unida, com um meio-campo consistente e um jogador chamado Nani que joga e faz jogar os seus colegas. Muitos jogadores do Sporting melhoraram individualmente coma a chegada deste talento regressado do Manchester United. É verdade que pode-se dizer que aproveitou erros da defesa do Porto mas para aproveitar os erros do adversário é preciso lá estar, fazê-lo errar e aproveitar as oportunidades. Não interessa quem tem mais posse de bola, mais cantos, mais remates, merece ganhar quem mete mais golos, ponto final!

Quanto à equipa do Porto pouco há a dizer. Mantém-se a rotatividade excessiva de jogadores, não se vê uma equipa estruturada, jogadores de referência, parece-se tudo um pouco perdido em campo. Num plantel de qualidade inegável com valores individuais de referência não se percebe este “vira-vira”. Não se percebe como ficam de fora jogadores como Martins Indi ou Alex Sandro e não se aproveita o momento alto e a motivação com que Quaresma vinha da Seleção Nacional (1 golo, 1 assistência). Lopetegui já disse que vai continuar com esta rotatividade, vamos ver se a aguenta até final da época e se o Porto está presente em competições suficientes para tanto carrossel de jogadores. É que rotatividade em excesso nunca foi boa nem no futebol nem em nenhuma profissão e mesmo os colossos do futebol mundial mantêm uma estrutura de titulares, e não abdicam deles, principalmente em jogos importantes a eliminar. Pode ser que o futuro dê razão ao treinador espanhol.

E por falar em rotatividade parece que o vírus atingiu o Benfica este fim-de-semana. Quando os adeptos do Benfica mais atentos viram a convocatória para o jogo com a Covilhã poderiam ter entrado em pânico a pensar que os titulares do plantel tinham sido todos raptados ou que estavam todos lesionados. Foi uma razia e peras feita por Jorge Jesus. Um risco muito elevado que o treinador correu a pensar na Champions e que poderia ter deitado uma competição a perder. Felizmente havia Jonas, que, ao não poder jogar nas competições europeias, resolveu um jogo perante um Covilhã que aproveitou o “desrespeito” e chegou mesmo ao intervalo em vantagem. Depois já não deu para mais e o Benfica acabou por vencer. Apesar de não ser louco como Lopetegui, Jesus efetua alguma rotatividade de jogadores para gerir o esforço dos mesmos, o problema é que muitos dos que jogaram na Covilhã têm pouco tempo de Benfica e ainda não estão totalmente entrosados com o restante plantel. Têm qualidade mas ainda falta ritmo de jogo e muito treino.

Para a semana já temos o regresso do campeonato nacional e aproveito para desejar boa sorte a todas as equipas portuguesas nas competições europeias. Até lá, boa semana para todos.