Nem mais nem menos
Sábado, 16h45… Descansado da vida a caminho de mais uma visita profissional – desta feita para mostrar casa a um casal que procurava comigo a casa dos “sonhos”. Eis que lembrei-me que o Sport Lisboa e Benfica estava a jogar, para a última jornada da 1ª volta da Liga NOS – não é muito comum por cá os jogos serem as quatro da tarde. Já com os dedos no rádio e os sentidos no que se estava a passar na Luz, sintonizo a Rádio Renascença – acompanho-a desde os tempos da D. João I e qual o meu espanto!? O Benfica perdia em casa com “estrondo” com o Boavista – resultado a fazer lembrar os tempos do “Boavistão” que levantou o “caneco” em 2000/2001. Levei minutos a acreditar no que estava a ouvir… Desliguei o rádio pois não queria “beliscar” o meu estado de espírito pré-visita profissional. Passados 45 minutos – a moradia tinha 5 quartos e muitos metros quadrados, sento-me no carro e ligo de novo o rádio – Ribeiro Cristovão anunciava “empate suado” na Luz. Os “suspeitos” do costume – Mitroglou e Jonas e um autogolo fizeram justiça no marcador. O jogo foi um “hino” ao futebol a mostrar ao mundo que aqui também há grandes jogos com emoção até ao fim. Duas equipas empenhadas em conquistar os 3 pontos, com os “encarnados” a jogarem uma vez mais no “red line” e o Boavista a defender como se daquele jogo dependesse a manutenção na 1ª Divisão. A intensidade foi tanta que alguns jogadores terminaram o jogo esgotadíssimos – Luisão que o diga. Falando em Luisão, com todo o respeito e carinho que temos todos por ele, o “Girafa” começa a demonstrar que os quase 36 anos já começam a pesar nas pernas. Descanso à vista? Se for para o bem da equipa e do próprio atleta, espero que a sucessão seja para breve. Palavra de reconhecimento ao trabalho de Rui Vitória, provando uma vez mais estar a altura do “Ferrari”. O empate soube a vitória. Vencer a Liga não será tarefa fácil mas podem ter certeza que na Luz “mora” uma equipa que luta até ao fim dos jogos.
Vivemos tempos agitados na economia nacional, com a colocação da dívida mais cara desde que a “Troika” abalou de Portugal; a banca pública e privada têm sido um “vê se te avias” – as polémicas na “Caixa” e o impasse na venda do Novo Banco para não falarmos da “crónica” instabilidade internacional que se agrava a medida que nos aproximamos da tomada de posse de Trump, já no próximo dia 20. À par do Brexit que começa a criar “moças” à economia do Reino Unido – Libra em franca queda e inflação que se quer nos 2%, acredito que serão os temas dominantes do Fórum Económico Mundial em Davos, o grande encontro dos que se julgam “donos de tudo isto”. Portugal, este “canto” à beira -mar plantado – não gosto do termo “cantinho”. Soa a pequenez. Portugal de pequeno só tem a extensão territorial, estará também presente em Davos com um grupo de empresários. O País precisa de investimento estrangeiro como de “pão para a boca”. Para Portugal fazer parte do “palco” mundial, é determinante representar-se com o que de melhor se faz por cá. São multinacionais como a suíça Nestlé que, depositando confiança total no nosso “canto”, geram negócios, criam milhares de empregos dispersos por várias regiões do País e fazem a nossa economia avançar. Apesar da subida do salário mínimo, Portugal continua na rota dos grandes investimentos internacionais que por cá encontram condições únicas quer para trabalhar quer para fazer turismo. Falando em turismo, os empresários do sector esfregam os bolsos de contentes com as projecções do Barómetro do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo para o ano de 2017. Boas notícias geram melhores índices de confiança. Melhores índices de confiança fazem a economia avançar. Nós por cá agradecemos. Falando em boas notícias, o sector imobiliário também vive dias de “bonança” – a fazer lembrar os tempos da “outra Senhora”. Com o agudizar da saída do Reino Unido da UE e consequentemente do mercado único, tem-se falado bastante da deslocalização de empresas britânicas para países da UE. E Portugal é um dos destinos preferidos dos “camones”. E é aqui que o sector imobiliário poderá contribuir bastante para que muitas empresas britânicas possam se instalar entre nós. Sem querer meter o “foice em ceara alheia”, não estará na altura de se legislar sobre o arrendamento e venda de imóveis no nosso País? Que tal um modelo que permita maior arrecadação de impostos pelo Estado semelhante ao de países onde apenas as imobiliárias devidamente licenciadas e com “músculo financeiro” podem mediar contratos de imóveis?
Obs.: Aproveito para felicitar o Desportivo de Chaves pela passagem às meias-finais da Taça de Portugal. Não vou aqui explorar a derrota dos “leões”. Não me cabe a mim fazê-lo. Quero antes vincar a vitória dos transmontanos que se bateram de igual com os “leões” num jogo que teve uma das melhores arbitragens da época e duas equipas que deram tudo dentro dos limites. A alcunha de “tomba gigantes” na Taça assenta bem ao Dep. Chaves. Ficou uma vez mais demonstrado que nem sempre aquele que tem o maior orçamento ganha. Termino com uma palavra de conforto ao André – às melhoras, “garoto”! Que saias da “enfermaria” o mais cedo quanto possível. Até para Semana, malta!
Assina: Manuel Mendes
Gestor Imobiliário
PS (Post Scriptum): Manuel Mendes opta por escrever na antiga ortografia da língua portuguesa.