Os Jovens e a Política 

Os jovens de hoje são rotulados, muitas das vezes, como desinteressados pela política.

É fácil recuar uns anos atrás, para quando existiram em Portugal as primeiras eleições após o 25 de Abril de 1974 e trazer à memória as filas imensas dos eleitores prontos para exercer o que lhes tinha sido retirado, a liberdade.
Foram as eleições mais participadas de sempre!
Com o passar dos anos e com a democracia a estar cada vez mais garantida eis que chegamos a 2015. Onde uma metade dos eleitores decidiu pela outra metade.

Mas o que terá feito o interesse político dos jovens cair?

Quando se fala em jovens, terá que se considerar as gerações anteriores que por inúmeros motivos não conseguiram transmitir aos seguintes a cultura participativa da vida do seu país, este é já um problema de base, não é temporário nem sequer passageiro ou pendular, (basta notar a queda progressiva do exercício do voto ao longo dos anos) e por isso a sua resolução terá que ser obtida através da conjugação do verdadeiro interesse social e político na sua plenitude e seriedade.

Seriedade esta que se tem apartado, e muito. Seriedade esta que os jovens vêm diariamente ser corrompida, e mal gerida. Que dá lugar a tachos e tachinhos, cunhas e cargos aqui e acolá a amigos e conhecidos que vão passando entre a chuva, impunes como se estivessem inseridos num sistema jurídico especial, protetor dos criminosos, que retarda e elimina o julgamento. Esta redoma que isola os criminosos do seu devido lugar afasta a confiança dos jovens e restantes gerações, não querendo estes fazer parte dos cúmplices.

Porém o pior julgamento que os exploradores da democracia terão, será o desinteresse daqueles que são o futuro, será a queda daquilo que foi construído, a muito custo, no passado.

O Julgamento será naqueles que ainda acreditam e ainda se interessam, esses são vistos como os “Todos Iguais”, e por isso descredibilizados, será nos “jotinhas”, que muitas vezes são vistos como oportunistas e como tendo “sede de ir ao pote”.

A atenção dos jovens terá que ser cativada com os melhores modos pelas melhores razões, estes não poderão ser meras figuras não intervenientes que apenas existem para colocar cruzes em quadrados de quando em quando e receber brindes em campanhas.

Os jovens desejam construir o seu próprio futuro.

 

José Coutinho

Presidente da Juventude Popular de Almada