O Porto de Setúbal celebrou o recorde de 8 milhões de toneladas de carga e 100 Mil TEU, ultrapassados em 2014, com a Palestra “O Crescimento Sustentado no Porto de Setúbal”, que decorreu, dia 29 de janeiro, no Auditório do Edifício Sede da APSS. Um evento que, para além comemorar os recordes da atualidade, relembrou o passado e lançou desafios para o futuro.
Das palavras do Presidente do CA da APSS, Vítor Caldeirinha, sobressaiu o contentamento pelos marcos superados em 2014, 8 milhões de toneladas e 100 mil TEU, números mágicos que colocam o Porto de Setúbal no “radar das soluções”; a importância de todos os que trabalharam direta ou indiretamente no porto e com o porto ao longo da sua história, e o lançamento de um novo desafio: chegar aos 10 milhões de toneladas e 250 mil TEU, em 2018, posicionando o Porto de Setúbal como “porto core”, no âmbito da União Europeia.
O Porto de Setúbal para o futuro, tem quatro investimentos previstos, incluídos na lista de projetos prioritários a nível nacional, que constam no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas, designadamente a melhoria do acesso marítimo em um a dois metros, para permitir a entrada de navios com calados de 1 metros, em qualquer condição de maré, a expansão do terrapleno do Terminal Roll-on Roll-off em 5,9 hectares, que está prestes a arrancar e que permitirá ao Porto de Setúbal oferecer serviços de valor acrescentado na importação e exportação de veículos e anda a melhoria do acesso ferroviário do porto a Praias do Sado à rede nacional e a ligação, por ferrovia, ao Terminal da Temitrena.
A Arqueóloga Inês Vaz Pinto veio recordar que a importância do Porto de Setúbal como porta de saída de produtos da região é antiga, como demostram as mais de duas dezenas de “oficinas” romanas de salga e fabrico de molhos de peixe existentes em Troia, o maior complexo industrial de produção de peixe que servia Roma na Península Ibérica e Norte de África, que abastecia o Império pelas águas mediterrânicas, em embarcações que carregavam já mais de 50 mil ânforas por ano, que “equiparou” aos atuais contentores que se movimentam no porto.
E foi sobretudo de contentores que falou o diretor-geral Carlos Santos, da Sadoport, responsável pelo Terminal de Contentores do Porto de Setúbal, que depois de corroborar a ideia de que “quem faz 100 mil TEU está definitivamente no radar soluções na movimentação de contentores” explicou aos presentes como funciona o terminal, que resumiu, grosso modo, numa logística sujeita a uma constante otimização e que, desde 2009, tem vindo a ser maximizada na produtividade e já permitiu alcançar o presente recorde. Referiu também a capacidade instalada do terminal, 250 a 300 mil TEU/ano, terminando com a aceitação do desafio lançado por Vítor Caldeirinha, para 2018.
A sessão foi concluída pelo Administrador da APSS, Seixas da Fonseca, que prestou Homenagem a dois antigos dirigentes do Porto de Setúbal que destacadamente contribuíram para a grandeza atual do porto, Cid Perestrello, primeiro Diretor da Junta Autónoma do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado e Coelho da Mota, primeiro Presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra. O atual administrador da APSS, anunciou que o futuro passeio pedonal do Cais 3 terá o nome de “Passeio Cid Perestrello” e que o Terminal Roll-on Roll-off se passará a designar “Terminal Roll-on Roll-off Coelho da Mota”.