A candidatura da Arrábida a Património Mundial da Humanidade, foi abandonada pelo estado Português depois da visita que as organizações consultivas da UNESCO, ICEMOS e IUCN fizeram ao local no passado mês de Outubro. Os relatórios destas entidades não apontaram favoravelmente no sentido de se considerar a “Arrábida” como Património Mundial da Humanidade. Embora a concurso não estarem incluídas as zonas da cimenteira da SECIL e as respetivas pedreiras, a comitiva que estudou o terreno, aponta o impacto negativo que a mesmas tem na envolvente da serra, assim como construções, muitas delas ilegais, casas de férias e ainda algumas deficiências na gestão e ordenamento daquele território.

 

Comunicado da AMRS :

O processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial, tal como sempre afirmámos, tem sido um projecto de desenvolvimento regional, de valorização das nossas gentes e terras, do seu património natural e cultural.

Construímos este caminho com inúmeras personalidades e instituições da região, com a profunda convicção de que sendo um dossier de candidatura complexo e exigente, na Arrábida coexistem valores naturais e culturais únicos e excepcionais, que merecem ser conhecidos, preservados e divulgados.

No entanto, fomos informados pela Sra. Embaixadora de Portugal na UNESCO, Dra. Ana Martinho, de que o Estado Português irá retirar a Candidatura face aos conteúdos dos relatórios da ICOMOS e do IUCN.

Agradecendo o contributo e empenho de todos os que participaram na Candidatura, reafirmamos a nossa intenção de prosseguir o processo de afirmação e valorização da Arrábida, nomeadamente, através da continuação dos trabalhos em curso, entre eles, os decorrentes dos Protocolos estabelecidos com instituições do ensino superior relativos à definição de roteiros e ao estudo de capacidade de carga da Arrábida; a edição dos estudos técnicos e científicos produzidos; a promoção dos valores naturais e culturais da Arrábida.

Agradecendo, igualmente, o apoio e a disponibilidade sempre demonstrada pela Comissão Nacional da UNESCO ao longo deste processo, estamos, desde já, a procurar todas as possibilidades alternativas para o reconhecimento internacional deste território, convictos de que as populações e os agentes de desenvolvimento permanecerão ao nosso lado neste desígnio regional.