O Prémio Internacional Terras sem Sombra distingue, este ano, o musicólogo Ismael Fernández de la Cuesta, na área da Música, o Centro Nacional de Cultura, em Património, e o programa World Wide Fund for Nature-Mediterrâneo, em Biodiversidade.

Os prémios são entregues no sábado à tarde, em Sines, no Centro de Artes, pelo duque de Noto, Pedro de Borbón-Duas Sicílias, disse à Lusa fonte da diocese de Beja, que organiza o Festival Terras sem Sombra desde 2003, no âmbito do qual este galardão foi instituído em 2011.

Ex-diretor da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, em Espanha, Fernández de la Cuesta é musicólogo e “intérprete reconhecido internacionalmente, com bibliografia extensa, em particular sobre o canto gregoriano e a música medieval”, disse à Lusa o diretor-geral do Festival, José António Falcão.

O percurso do músico, de 75 anos, é vasto. Foi diretor do Coro de Monjes de Santo Domingo de Silos (1964-1973), fundador e diretor do Coro de Canto Gregoriano — The Gregorian Chant Choir of Spain, “com o qual realizou concertos nos principais recintos especializados do mundo, difundiu o canto gregoriano em todos os continentes através dos seus registos discográficos”.

Obteve o Grand Prix Charles Cros em 1972, pelo disco “Las mejores obras de Canto Gregoriano”, recebeu o Great Award of the Festival of the Fines Arts, de Tóquio, em 1974, pelo álbum “Tomás Luis de Victoria, Hebdomada Sancta”, entre outros prémios.

“Em 2007 Fernández de la Cuesta foi alvo de uma homenagem científico-musical por destacados musicólogos e especialistas, cujas comunicações foram publicadas em dois volumes, sob a direção de Robert Stevenson, pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos”.

O distinguido é especialista em canto gregoriano, doutorado em Teologia pela Universidade Católica de Angers, em França, foi, até 2011, catedrático de Gregoriano no Real Conservatório Superior de Música de Madrid, e presidiu à Sociedade Espanhola de Musicologia, da qual é membro perpétuo. Em 1980 publicou a obra completa dos trovadores occitanos, “Las cançons dels trobadors”.

O júri “deliberou por unanimidade” entregar o Prémio na área do Património ao Centro Nacional de Cultura (CNC), que celebra 70 anos, “considerando os muito notáveis serviços prestados à causa patrimonial, no país e no estrangeiro”, disse à Lusa José António Falcão.

Em relação ao CNC, o júri afirma tratar-se de “um espaço de encontro e de diálogo entre os diversos setores políticos e ideológicos, tendo em vista a defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar, que, desde o 25 de Abril de 1974, se tem esforçado por transmitir uma noção de cultura sem fronteiras, quer disciplinares, quer geográficas”.

O World Wide Fund for Nature (WWF), distinguido na área da Biodiversidade, é uma organização não-governamental, fundada em 1961, em Morges, na Suíça.

Em Portugal, o WWF intervém desde 1995, tendo estado envolvido na constituição do Parque Natural do Vale do Guadiana. Em 1999, lançou a iniciativa “Um cordão verde para o sul de Portugal”, um “projeto de referência na área da conservação de ecossistemas prioritários”, segundo a mesma fonte.

Em 2004, no âmbito do Programa Sobreiro, que visa a proteção, recuperação e gestão dos montados de sobreiro no Mediterrâneo, o WWF constituiu uma equipa permanente para Portugal.

“Em 2006, o WWF Portugal promoveu a Conselho de Gestão Florestal, no âmbito do Forest Stewardship Council, e, em 2008, lançou a Rede Ibérica de Comércio Florestal juntamente com o WWF Espanha; no ano seguinte, alargou o âmbito da sua ação ao binómio Alterações Climáticas e Água, tendo em vista uma maior intervenção sobre a sociedade portuguesa nos temas prioritários para a organização”, afirmou a mesma fonte.

 

Lusa