A Junta de Freguesia da Quinta do Conde emitiu, no passado dia 27 setembro, uma nota, no site da Junta de Freguesia, em que denunciava que “é claramente insuficiente o número de médicos em serviço na Quinta do Conde, são insuportáveis os valores das taxas moderadoras e são lentas e distantes as respostas aos casos de urgência”.
De acordo com a JF da Quinta do Conde, a “Portaria 82/2014, anunciada como de reorganização e qualificação do parque hospitalar, só acrescenta instabilidade e desorganização a um setor vital da nossa sociedade”.
Nesse sentido, a JF propõe o “reforço dos meios humanos e técnicos nos cuidados de saúde primários; a contratação dos profissionais de saúde em falta e o fim da precariedade laboral que o setor enfrenta; a revogação das taxas moderadoras e a criação de critérios para a atribuição de transportes de doentes não urgentes, assegurando a acessibilidade de todos os utentes aos cuidados de saúde; a suspensão do processo de reorganização hospitalar em curso e a revogação da Portaria nº82/2014 e a construção do Hospital no Seixal, conforme compromisso assumido pelo Governo com as câmaras municipais de Sesimbra, Seixal e Almada”.
Na nota, os responsáveis da JF desmentem as notícias que vieram, recentemente, a público, e que “apontavam para a vinda de dois médicos estrangeiros para a Quinta do Conde, caso a Câmara Municipal de Sesimbra oferecesse alojamento a esses profissionais”.
“E nesse embuste embarcaram alguns autarcas locais, autarcas com “a” pequeno naturalmente, autarcas sem coerência nem critério, sem passado nem perspetivas de futuro, a garantir que por €350 por mês a Quinta do Conde teria dois médicos e resposta para quatro mil utentes. Nada mais falacioso! Importa esclarecer (e a estes vendilhões do templo, recordar) que a responsabilidade pelos recursos humanos na Saúde é, inequivocamente, da Administração Central através do Ministério da Saúde; os mesmos dois médicos foram prometidos a vários municípios; as autarquias enfrentam paralisantes obstáculos burocráticos e económicos, de duvidosa legalidade constitucional, impostos pelos últimos governos; esta reprovável proposta evidencia tal falta de ética, de lisura, de seriedade e de vergonha que os seus proponentes deviam isso sim demitir-se do exercício de qualquer cargo público ou político”, acentua a JF da Quinta do Conde.
Na sequência desta nota, a Comissão Política do PSD do concelho de Sesimbra, reunida no passado dia 1 de outubro, decidiu tornar pública a sua desmarcação do comunicado, uma vez que este “não expressa a opinião do coletivo que compõe a Junta de Freguesia da Quinta do Conde e não corresponde a nenhuma deliberação tomada em reunião de Junta”.
A Comissão do PSD não esconde a estranheza por a nota ter sido assinada em nome da Junta de Freguesia, considerando que, “no limite”, a nota é “uma tomada de posição pessoal do presidente da Junta de Freguesia”.
“O PSD do Concelho de Sesimbra, não se revendo no comunicado divulgado pelo Sr. presidente da Junta de Freguesia, não se coíbe, no entanto, de manifestar o seu compromisso com o bem-estar das populações, pelo direito universal à saúde, por um Serviço Nacional de Saúde forte e sustentável e pela defesa intransigente da população do Concelho de Sesimbra, como aliás é do conhecimento público”.