O vice-presidente da Distrital de Setúbal do PSD, Paulo Ribeiro, afirmou este sábado que“apesar de todas as promessas do PS”, na península de Setúbal existem quase 150 mil pessoas que não têm médico de família.
Na VII Convenção Social-Democrata do PSD do distrito de Setúbal, que juntou vários profissionais da Saúde, foi realçado o aumento da instabilidade no sector: greves de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e de técnicos de diagnóstico e terapêutica; atraso de novos concursos para médicos e aumento de médicos recém-licenciados que não têm formação especializada.
“Cerca 1/5 da população do distrito (169000) não tem acesso à equipa de saúde familiar, ou seja, a médico e a enfermeiro de família. Isto significa que nos cuidados de saúde primários da nossa região, faltam 112 médicos especialistas em medicina geral e familiar e 112 enfermeiros, preferencialmente, também eles especialistas, se tivermos em conta o rácio de 1500 utentes por equipa de saúde familiar. Surpreendentemente, ou talvez nem por isso, este é um assunto ignorado pelo governo socialista e pelo PCP e BE que votaramfavoravelmente os últimos 3 Orçamentos de Estado (2016/2017/2018)”, aponta.
De acordo com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), as instituições hospitalares do distrito de Setúbal sabiam desde o final de 2017 que precisavam contratar, pelo menos, 139 enfermeiros, 48 para o Hospital Garcia de Orta, 39 para o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, 32 para o Centro Hospitalar de Setúbal e 20 na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.
“Ora, o que sabemos, em julho de 2018 é que foram autorizadas 23 contratações deenfermeiros para o Hospital Garcia de Orta (menos 25 que as necessidades identificadas)e que para as restantes instituições ainda nada está, publicamente, definido”, acrescenta.
Consultando os mais recentes tempos médios de espera disponibilizados pelo Ministério da Saúde relativos ao final de 2017 e sabendo nós que a demora média para situações de doença não oncológica é de 150 dias para uma consulta de especialidade e 270 dias para uma intervenção cirúrgica, verificamos que no Hospital Garcia de Orta esperamos 632 dias por uma consulta de Dermatologia, no Centro Hospitalar de Setúbal, 550 dias por consulta de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, 514 dias por consulta de Otorrinolaringologia no Hospital do Litoral Alentejano e 460 dias por consulta de Oftalmologia no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo. No que diz respeito aos tempos de espera para cirurgia, a liderança alarmante pertence ao Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, com 402 dias para Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e 347 dias para Ortopedia, logo seguido pelos 346 dias de espera na Cirurgia Vascular do Hospital Garcia de Orta, os 340 dias na Urologia do Centro Hospitalar de Setúbal, sendo ainda de realçar os 282 dias na Ginecologia do Hospital do Litoral Alentejano.
“Nos últimos 3 anos, na área da Saúde, o retrocesso é mais que evidente. Hospitais que tinham a situação financeira controlada passaram, novamente, a estar fortemente endividados. As listas de espera para primeira consulta de especialidade e cirurgias, aumentaram, prejudicando assim milhares de utentes. A qualidade do serviço, apesar de todo o esforço dos profissionais de saúde, tem vindo a diminuir. Falta de médicos, de enfermeiros e de condições adequadas nos vários hospitais, tanto para os profissionais como para os utentes. Nos picos de urgência, assistimos a um caos permanente nos hospitais. Urgências sobrelotadas e a terem que encerrar. Pacientes reencaminhados paraoutros hospitais da região e até para Lisboa”, diz Paulo Ribeiro.
O social-democrata insiste nas críticas ao PS, dizendo que este Governo “vive de anúnciose mais anúncios. Promessas e mais promessas. Tudo isto é recorrente. Mas que os problemas concretos dos Hospitais de Setúbal, Barreiro e Garcia da Orta e Hospital doLitoral Alentejano, continuam sem solução”.
“Estamos a falar do Governo que menos investimento público fez no distrito de Setúbal. Mesmo no Governo do PSD/CDS, apesar de todos os condicionalismos impostos pela Troika, devido à bancarrota a que o PS levou o país, investiu mais nos serviços públicos enos serviços de saúde”, conclui.
A VII Convenção Social Democrata do Distrito de Setúbal, dedicada à temática da Saúde, que contou com as presenças de Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Ricardo Batista Leite, deputado à Assembleia da República, António Chumbinho, diretor operacional do Centro Clínico Champalimaud, Maria do Céu Ameixinha, enfermeira, Pedro Correia Azevedo, médico, Emanuel Boieiro, enfermeiro e coordenador da Secção Temática da Saúde da Distrital de Setúbal, Paulo Ribeiro, vice-presidente da Distrital de Setúbal do PSD, e de David Justino, ex-ministro da Educação e vice-presidente do PSD.
Fonte:PSD