A Câmara Municipal de Sines lançou, no âmbito da Quinzena da Juventude, o Walls Project, orientado para a promoção da verdadeira arte urbana, enquadrada na arquitetura e com respeito pelo património da cidade.
O lançamento do projeto constou de três fases, desenvolvidas entre 17 e 31 de março. A primeira fase foi uma ação de limpeza das paredes do mercado municipal de Sines. Na segunda, foram organizadas atividades pedagógicas com os alunos das Escola EB 2,3 Vasco da Gama e Secundária Poeta Al Berto. Na terceira, realizou-se uma sessão de apresentação formal do projeto e a dupla de artistas de arte urbana ARM collective pintou um mural junto ao viaduto da descida da Docapesca, inspirado no tema da pesca.
Na apresentação do projeto, realizada no dia 28 de março, no Centro de Artes de Sines, o vice-presidente da Câmara, Fernando Ramos, explicou em maior detalhe os seus objetivos. Enquadrar a arte urbana com o património, fomentar o respeito por todas as formas de arte e realizar projetos de arte urbana com artistas locais, nacionais e quem sabe internacionais, são três desses objetivos. Também se pretende incentivar os jovens a apresentar os seus projetos e ajudar na realização dos mesmos legalmente, definir alguns espaços livres para que possam expressar a sua arte e abrir concursos de arte urbana em Sines.
O futuro do Walls Project passa ainda por levar a arte urbana aos alunos das escolas do 1.º ciclo do ensino básico e do ATL “A Gaivota” e também aos espaços seniores. A realização de um projeto de arte urbana como uma componente social e a organização de uma mostra urbana são outras iniciativas que cabem na visão do município para o projeto.
Presente na sessão de apresentação, a coordenadora da GAU – Galeria de Arte Urbana de Lisboa, Sílvia Câmara, classificou o lançamento do Walls Project como “um extraordinário começo” e disse que é fundamental trabalhar junto da comunidade infantojuvenil, pois é em criança que se pode sensibilizar para as questões patrimoniais.
Outro elemento da GAU, o arquiteto paisagista Miguel Carrelo, disse que é importante definir claramente quais são os suportes – por exemplo, muros e edifícios à espera de ser recuperados – apropriados e autorizados para a realização de graffiti.
O vice-presidente Fernando Ramos disse que o Walls Project será um processo contínuo e, necessariamente, inacabado, e mostrou-se convicto de que poderá dar um contributo para melhorar a imagem da cidade.