Somos acérrimos defensores do SNS, dos seus fundamentos e daquilo que representa para o bem dos Portugueses. Sabemos também que os recursos são limitados e que para que possa haver recursos suficientes para garantir o acesso e a sua divisão equitativa, é necessário implementar estratégias de gestão que possam hoje e no futuro, garantir o acesso à saúde a todos os cidadãos.
A recente publicação do DL 30/2015 levou à discussão por parte dos vários agentes envolvidos acerca do seu âmbito, alcance e consequências. Como se torna habitual nestas alturas, rapidamente os agentes envolvidos embarcam em discussões vazias que visam defender os interesses individuais e corporativos antes do bem comum.
Dita o bom senso que quando o legislador decide implementar uma medida com impacto nas nossas vidas, que tomemos diversas iniciativas:
- Que participemos no seu desenvolvimento (se nos for dada essa hipótese) de forma a proteger os interesses do bem comum;
- Que nos organizemos e façamos exercer os nossos direitos numa cidadania ativa que vise mais uma vez, que o impacto dessas medidas possa favorecer todos os cidadãos;
- Que antecipemos as suas consequências, boas e más, através do desenvolvimento de um plano estratégico e de um plano operacional, que possa minimizar os impactos negativos e maximizar os seus efeitos positivos.
A descentralização administrativa da saúde, na forma em que está apresentada, poderá consistir numa grande ameaça à sobrevivência do SNS e irá certamente induzir grandes iniquidades na população Portuguesa. A gestão da saúde pelas autarquias, assim como de outros setores envolvidos neste decreto-lei, fará com que quem melhor for capaz de gerir os seus recursos, terá em consequência melhores condições. Na prática, um cidadão do Barreiro poderá ter melhores condições de saúde do que um cidadão de Almada e vice-versa.
Esta questão leva-nos ao ponto três apresentado anteriormente. O Barreiro terá que atuar em todas as frentes, nunca esquecendo de preparar este ponto! Se efetivamente este decreto-lei for implementado, o Barreiro terá que estar preparado no sentido de que os Barreirenses deverão ter as melhores condições possíveis, constituindo deste modo, um fator diferenciador em relação a outros municípios e um fator de atração para outros cidadãos.
É natural à condição humana, que o Homem procure sempre as melhores condições para si e para as suas famílias, foi aliás esse o motor que levou ao desenvolvimento do Barreiro, em tempos mais longínquos, quando a busca de trabalho e de melhores condições de vida, levou à fixação de milhares de pessoas vindas de todas as partes do país e que procuravam no Barreiro, a melhor resposta.
Necessitamos de começar já o desenvolvimento de um plano estratégico na saúde que permita estarmos mais bem preparados para esta ameaça/oportunidade que agora se apresenta.
Façamos do Barreiro uma melhor opção para viver, façamos do Barreiro um local com melhores condições não apenas para os Barreirenses mas também para os futuros Barreirenses!!
Os Coordenadores da Saúde da Plataforma 2830,
Carlos Capelo
Carlos Oliveira
José Cabrita