Em páginas amarelas a tinta afirmava,
Que todos os homens nascem iguais.
Mas no tempo essa premissa tombava,
Tratando humanos abaixo de animais.

Tardaram séculos a abolir a escravatura.
Só um exemplo de como o racismo perdura.
Quem não repara em tal são as maiorias,
De peles e crenças a viver as suas utopias.

Dizem que o preconceito já não existe,
Porém esconde-se de maneiras subtis.
Numa margem está o receptor que assiste,
Na outra os emissores de mentes hostis.

Orgulhosos pioneiros dos descobrimentos,
Deturpadores de façanhas e depoimentos.
Com menos oportunidades concedidas.
Às minorias sempre presentes e esquecidas.

Para quê alimentar a ténue ostracização,
Com base em diferente fé e melanina?
Mesmo não sendo pura segregação,
Só a falta de querer conhecer já discrimina.

Pelas nossas lacunas sociais a meia-haste,
Sejamos justos e sensíveis quanto baste.
Nós pregamos uma determinada ética,
Que à luz é na sua essência hipotética.

Este nosso problema custa a admitir,
Há evolução mas ainda é insuficiente.
Vários direitos e cérebros a nutrir,
Até haver a mesma atenção por toda a gente.

Mauro Hilário