Muitos se perguntarão o que leva a um alheamento da política por parte dos jovens. Eu, como aluno do Ensino Secundário, penso que posso explicar este fenómeno. 

A política não é um campo fácil. É visto, pela opinião pública, como um jogo de interesses. Muitas vezes o verdadeiro (e meritório) papel da política é mitigado pela constante suspeita em torno de certos políticos, algo que é igualmente alimentado pela Comunicação Social, onde o principal destaque é dado ao negativo. E a verdade é que a política não é atractiva para um jovem. 

A política acaba por só interessar aos que realmente gostam do tema, como me atraiu a mim, quando a sua importância na vida de todos nós deveria ser razão para uma maior atenção aos temas da actualidade e à participação. Não obstante, também as gerações mais velhas dificultam a entrada dos jovens na participação política. 

Em primeiro lugar, as gerações mais velhas são avessas a qualquer tipo de comentário por uma geração mais nova porque ”quando chegarem à minha idade é que saberão” ou “ainda não sabes o que é a vida”. 

A verdade é que os níveis de abstenção são uma constante preocupação e com tendência a aumentar de futuro. Já desde há largos anos, com especial incidência desde o final do século XX, que os jovens não se sentem verdadeiramente representados pela classe política e a tendência tem vindo a acentuar, o que poderá levar a um problema de abstenção MUITO maior no futuro.  Falta, às novas gerações, quem os represente.

Há que dar oportunidades aos mais jovens. Há que saber cativar cada jovem, cada interessado, cada aprendiz. Não é difícil. Aconteceu comigo, no Barreiro, no CDS e na JP.

Trabalhemos para atrair os jovens a dar o seu contributo na política, a mostrarem o tanto de bom que têm para oferecer, ao invés de os afastar com intrigas partidárias desnecessárias e preconceito relativamente às gerações mais novas.

 

António São Pedro

Vogal da JP Barreiro