O conselho de Administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo emitiu hoje um comunicado em que desmente as informações transmitidas esta quinta-feira aos órgãos de comunicação social pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses – Direção Regional de Setúbal, que acusou o Hospital do Barreiro de ter “mais uma vez” fechado as portas do Serviço de Urgência devido “à sobrelotação”.
“No dia 29 de setembro registámos na Urgência Geral 228 episódios de urgência, sendo que o número de doente por cada turno está na média dos outros dias (18 doentes entre as 00h e as 8h; 125 doentes entre as 8h e as 16h e 85 doentes entre as 16h e as 24h)”, explica a administração do CHBM.
Os responsáveis do Centro Hospitalar vieram hoje garantir que “o Serviço de Urgência Geral não fechou as portas” e “lamentar pela sua gravidade”, que o Sindicato dos Enfermeiros – Direção Regional de Setúbal, “entidade que é suposto ser idónea, escreva um comunicado com afirmações falsas criando alarmismo desnecessário na população”.
“Reconhecemos algumas dificuldades na Urgência Geral, mas informamos que estão a ser tomadas várias medidas para agilizar a transferências de doentes para o internamento”, acrescenta a administração do CHBM.
Relativamente, às informações veiculadas ontem pelo Sindicato de que o CHBM “ameaça despedir os enfermeiros subcontratados, quando devia providenciar a sua imediata contratação com vínculo estável”, a administração garante que “nunca ameaçou com despedimentos, nem vai despedir enfermeiros”, acrescentando que está “em curso um concurso para a contratação de 12 enfermeiros”.
Na sequência do desmentido da administração do CHBM, o Distritonline contatou a Coordenadora da Direção Regional de Setúbal do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Zuraima Prado que, em declarações exclusivas, explicou que o que aconteceu na segunda-feira no Serviço de Urgências do Hospital do Barreiro não foi uma “situação isolada”, mas “algo que, infelizmente, verifica-se com alguma frequência”.
“Na segunda-feira, o Serviço de Urgências do Hospital do Barreiro estava caótico, completamente atolado de macas e existiam bombeiros de diversas corporações à entrada com mais doentes encamados, contudo como não existiam mais macas disponíveis e quem estava de chefe-de-banco viu-se obrigado a recusar internar mais doentes, que tiveram, consequentemente, de ser transferidos para outros hospitais”, relatou a enfermeira, sublinhando que essa foi “a grande incongruência”, uma vez que “os doentes que vêm em macas são, habitualmente, os mais graves e, por isso, os que deveriam ser atendidos com maior celeridade”.
Sobre o concurso que a administração do CHBM garante ter aberto, Zuraima Prado realçou que os “critérios do concurso para a contratação de enfermeiros ainda não foram divulgados”, acrescentando que “no caso particular dos seis enfermeiros que estão no Serviço de Urgência subcontratados, por 4,5€ à hora, sem descontos, a informação que foi transmitida é que não serão contratados a vínculo estável no âmbito da bolsa de recrutamento que foi aberta”.