Aproveitando para fazer a crónica com dois jogos da Seleção feitos e ter mais alguma coisa para dizer de dois jogos que deixaram um pouco a desejar, pode-se dizer que na era Fernando Santos os resultados têm sido melhor que as exibições. Embora muita gente não esteja satisfeita, há muito trabalho a fazer sempre é melhor ir ganhando os jogos de 1-0 com exibições fracas do que voltar ao passado, exibições fracas e resultados fracos. O que interessa é ir ganhando.

Aqui há tempos escrevi que a Seleção tinha tudo para melhorar e para manter a sua presença em competições importantes e espero manter essa convicção. Portugal neste momento só depende de si próprio para chegar ao 1º Europeu de Futebol com 24 equipas, e sem ser necessário andar a disputar os habituais play-offs dos últimos tempos, até porque passam diretamente os dois primeiros do grupo. Contra a Arménia, Portugal dominou todo o jogo, embora com poucas nenhumas oportunidades de golo lá apareceu Quaresma mais uma vez a insistir e Ronaldo a marcar. Mesmo assim, ao longo do jogo ficou sempre a ideia que Portugal podia resolver a qualquer momento, mesmo com algum perigo colocado pelo adversário. Se Portugal tivesse marcado na 1ª parte, podia ter sido um resultado diferente.

Depois veio o particular com a Argentina, mais um duelo Ronaldo contra Messi a “feijões” para que a Federação pudesse arrancar mais uns “dinheiros” para os seus cofres, não foi mais do que isso. E acabou por ser um duelo a part-time dado que os dois saíram ao intervalo. A partir daí o jogo foi pouco interessante e quando já ninguém esperava Raphael Guerreiro fez o golo a passe de Quaresma. Este jogo não passou de uma mera ação de marketing, puro e duro. De futebol teve muito pouco.

E apesar de ser impossível agradar a todos, Fernando Santos pode estar a fazer bem a dita reestruturação da Seleção. Ao fazer voltar alguns jogadores do passado, aos que muitos criticam por dizer que em nada contribuem, Fernando Santos está a ajudar à integração dos mais novos, fazendo-os entender as ideias que pretende de modo a adquirirem processos dentro da equipa. Não podemos atirar toda a juventude “às feras” e colocar os veteranos logo de lado. A transição tem que ser feita aos poucos, o problema é que em Portugal gostamos de tudo feito à pressa e depois nada corre bem. Um trabalho organizado não se faz de um dia para o outro. É necessário tempo, muito trabalho e errar para se melhorar no futuro. E embora nos tenhamos que preocupar sempre com a nossa casa, por vezes ver os exemplos das casas dos outros (sejam eles bons ou maus) também nos faz aprender.

 

Ricardo Santos

Marketeer