O gabinete de imprensa da Direção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP‏, enviou um comunicado às redações, no qual sublinha que assiste-se em Portugal ao “prosseguimento da política de direita, levada a cabo por PSD/CDS, com o apoio do PS e a cumplicidade do Presidente da Republica, assente em constantes cortes nos salários, nas reformas e pensões, nos direitos económicos e sociais” que tem como consequência direta “o contínuo agravamento das condições de vida da esmagadora maioria do povo português”.

Os responsáveis comunistas criticam “o atraso da entrada em funcionamento de escolas em toda a região de Setúbal” e a entrada em vigor do novo Mapa Judiciário que provocou o “caos” nos tribunais com “agravados prejuízos no acesso dos cidadãos à justiça.

Para a Direção da Organização Regional de Setúbal “a manutenção do horário de trabalho das 35 horas semanais nos municípios e freguesias por negociação entre trabalhadores e autarquias, constitui uma vitória para os trabalhadores e respetiva organização sindical de classe, comprovando que a luta foi e é o caminho para a derrota do Governo”.

 

 

Leia o comunicado na íntegra:

“I

CONTRA A POLÍTICA DE DIREITA, INTENSIFICAR A LUTA DOS TRABALHADORES E DAS POPULAÇÕES

O prosseguimento da política de direita, levada a cabo por PSD/CDS, com o apoio do PS e a cumplicidade do Presidente da Republica, assente em constantes cortes nos salários, nas reformas e pensões, nos direitos económicos e sociais, tem como consequências o contínuo agravamento das condições de vida da esmagadora maioria do povo português.

As novas investidas do Governo contra, a saúde, o ensino e a justiça, traduzem-se em despedimentos, agravamento dos custos e em pior acesso das populações aos serviços públicos.

Investidas também contra o Poder Local Democrático, que ferem a sua autonomia constitucionalmente consagrada, cortando milhões de euros nas transferências com consequências diárias na qualidade de vida das populações, espartilhando as suas capacidades de gestão, tentando simultaneamente forçar as autarquias a assumirem novas responsabilidades em áreas que competem ao poder central. Ofensiva que tem também expressão no setor das águas e dos resíduos através do processo de privatização da Amarsul e a prazo da Simarsul, processo ao qual os trabalhadores e os municípios se opõem firmemente desde a primeira hora.

A DORS saúda os trabalhadores pelas lutas que tem desenvolvido pelos seus direitos, nomeadamente, dos trabalhadores da EMEF, dos profissionais de saúde e dos professores em defesa da dignificação das suas profissões e das comissões de utentes em defesa do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública, gratuita e de qualidade para todos.

A manutenção do horário de trabalho das 35 horas semanais nos municípios e freguesias por negociação entre trabalhadores e Autarquias, constitui uma vitória para os trabalhadores e respetiva organização sindical de classe, comprovando que a luta foi e é o caminho para a derrota do Governo, afirmando a vitalidade e a força da luta dos trabalhadores e do Poder Local Democrático.

No arranque do novo ano letivo, a DORS denuncia a política de destruição da escola pública, com amplos reflexos no atraso da entrada em funcionamento de escolas em toda a região de Setúbal, e apela à continuação e ampliação da luta de professores, encarregados de educação, auxiliares, administrativos e dos alunos.

A entrada em vigor do novo Mapa Judiciário traduziu-se, como o PCP oportunamente alertou, no caos para o funcionamento dos tribunais e em agravados prejuízos no acesso dos cidadãos à justiça.

A DORS alerta para planos em curso visando a privatização do setor de transportes, nomeadamente, Transtejo e Soflusa, que a concretizar-se constituiria mais um quadro sombrio para os trabalhadores e mais implicações negativas teria na mobilidade e no aumento dos preços a pagar pelos respetivos utentes. Ao mesmo tempo, assiste-se à falta de investimento nos meios de transporte tendo como consequências a degradação da qualidade do serviço prestado.

A DORS saúda a CGTP-IN pelo seu 44º aniversário e apela à participação dos trabalhadores na quinzena de esclarecimento e luta que decorre de 23 de setembro a 5 de outubro, contendo entre outras reivindicações o aumento dos salários, do salário mínimo nacional, e a reposição dos cortes salariais e dos direitos laborais.

A DORS apela às suas organizações e militantes, aos trabalhadores e às populações, para que intensifiquem a luta contra esta política e este Governo, como caminho seguro para a defesa dos seus interesses e direitos económicos e sociais e a melhoria das suas condições de vida.

Hoje, mais do que nunca, estão expostas na sociedade portuguesa as consequências da reconstituição do capital monopolista, assente na promiscuidade entre o poder político e económico, cujo caso BES é mais uma gritante expressão, geradora de uma enorme concentração e centralização da riqueza à custa do incremento da exploração dos trabalhadores e do empobrecimento geral do povo português.

Uma política da responsabilidade de sucessivos governos e submissa a uma integração na União Europeia que favorece os países mais ricos, ao serviço dos grupos económicos e financeiros, que entregou ao capital nacional e estrangeiro setores estratégicos da economia nacional, levou à desindustrialização, à continuada destruição da agricultura e das pescas e a uma crescente perda da soberania e independência do País.

Ganha cada vez mais urgência a rutura com esta política e a construção das condições para uma verdadeira política alternativa, patriótica e de esquerda ao serviço do povo e do país. Uma real política alternativa e não jogos de caras ou o mais do mesmo das falsas alternativas, onde se inclui esse embuste de eleições para 1º ministro.

«A Força do Povo, por um Portugal com futuro – uma política e um governo patrióticos e de esquerda» é o lema da ação do PCP, que teve início no mês de setembro e que se prolongará até dezembro e que terá também expressão na península de Setúbal. Uma ação que afirma a confiança que reside no povo, a soberania de decisão, que com a força do Povo, a sua luta e intervenção, mas também as suas opções e escolhas, é possível romper com décadas de política de direita e abrir caminho a uma política patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril.

II

UM PARTIDO MAIS FORTE, UM PARTIDO MAIS INTERVENIENTE

A DORS do PCP avalia como um grande êxito a realização da 38ª edição da Festa do Avante! Uma Festa onde a solidariedade, a defesa da paz, a fraternidade, a amizade são parte do amplo conteúdo político, cultural, artístico e desportivo que marcam a sua realização.

A DORS saúda o coletivo partidário pelo seu empenho nas muitas tarefas que contribuíram para o êxito da Festa e saúda os milhares de visitantes que marcaram presença na Quinta da Atalaia – Amora- Seixal.

A DORS regozija-se com a decisão da aquisição da Quinta do Cabo da Marinha, que possibilita o alargamento e melhoria da Festa do Avante para todos os que nela participam.

Uma aquisição que será obra do esforço e contributo de todos os militantes, democratas e patriotas e amigos da Festa que pretendam dar o seu contributo. Que se concretizará através de uma ampla campanha de fundos e para a qual se apela ao empenhamento das organizações na sua planificação e concretização.

Campanha de fundos que constitui uma clara manifestação de confiança nos trabalhadores e no povo português, na sua força e determinação em lutar e conseguir com a sua força a rutura com a política de direita e a construção de uma política patriótica e de esquerda.

Uma Campanha que se insere na ação geral de reforço do Partido «Mais organização, mais intervenção, maior influência – Um PCP mais forte» nomeadamente através do reforço do Partido nas empresas e locais de trabalho e trazendo ao Partido mais e mais militantes.

A DORS do PCP convocou para 22 de março de 2015 a sua IX Assembleia da Organização Regional, tendo aprovado o regulamento para fase a preparatória da Assembleia.

Com confiança, determinação e empenhamento na prossecução do conjunto de objetivos que nos estão colocados como Partido, a DORS reafirma que tudo continuará a fazer para com os trabalhadores e o povo e a sua luta, derrotar este Governo e esta política, e abrir as portas à construção de um futuro melhor, um futuro que integre os valores de Abril”.