Encerram-se, oficialmente, as comemorações do IV Centenário da morte de Frei Agostinho da Cruz iniciadas em março de 2019. O encerramento foi assinalado com a celebração da Eucaristia presidida pelo Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, na Igreja de São Lourenço, em Azeitão, e concelebrada por sacerdotes da Ordem dos Frades Menores. 

Na ocasião, o Prelado apresentou Frei Agostinho da Cruz como inspiração para uma “revolução a partir de dentro, do coração”.

“No mundo complexo e em constante e radical transformação em que vivemos, esta atitude de integração e de busca de sentido faz muita falta e Frei Agostinho da Cruz e a sua Arrábida continua a apelar à busca dessa chave de interpretação que integra o local e o universal”, disse D. José Ornelas.

O bispo sadino evocou Frei Agostinho da Cruz como “o nome mais emblemático da tradição contemplativa da Arrábida, que ainda hoje continua com a sua poesia, a ressoar na vida e na oração da Igreja e a atrair quem quer que se interrogue sobre o sentido da vida e do mundo”. 

O bispo de Setúbal observou que Frei Agostinho da Cruz e os seus colegas eremitas se mudaram a partir de dentro e mudaram a montanha onde se inseriram: “a montanha que eles admiraram sem destruir, o mar que cantaram sem poluir, ainda hoje falam, nas toscas construções que, há séculos, embelezam a paisagem e convidam a embrenhar-se no ser de si próprio e do mundo, para perceber a sua beleza, nobreza e também rudeza, como apelo a uma leitura integrada da vida, do mundo e do seu Criador”. 

Ruy Ventura, comissário das comemorações, assinalou “o exemplo de vida e a poesia de Frei Agostinho da Cruz – esse franciscano arrábido que se recolheu, afirmando o seu amor a Deus enquanto liberdade e protestando contra a prepotência dos poderosos e a cegueira dos fanáticos – estão vivos, continuam muito incómodos e conservam uma enorme actualidade nestes tempos tão cinzentos”. 

A celebração encerrou com a declamação de dois poemas de Frei Agostinho da Cruz por Dina Barco e a interpretação musical, na voz de Teresa Salgueiro, de um poema do frade arrábido musicado pelo Padre Rodrigo Mendes, pároco de Santa Maria (Barreiro). 

Na celebração esteve presente a Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, e o vereador da Cultura, Pedro Pina. A presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, não marcou presença em virtude de se encontrar no seu período de férias, mas saudou o encerramento das comemorações de forma muito cordial. 

Estiveram ainda presentes entidades, tais como, Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (LASA) e Fundação Oriente.

Fonte : Diocese de Setúbal

CLÁUDIO ANAIA

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