Os planos de contingência locais, ao abrigo da pandemia Covid-19, têm de ser construídos com base em evidência científica, bom senso e uma correta avaliação do risco. Devem receber contributos do setor da saúde, proteção civil e serviços da câmara.
É compreensível e desejável, que haja um foco nos serviços essenciais, desfasamento de horários e passagem de alguns trabalhadores para o regime de teletrabalho. Regras de uso de máscara em espaços fechados, limpeza de espaço comuns com maior regularidade e disponibilidade de álcool-gel para lavagem das mãos fazem igualmente parte da solução a ser adotada.
Infelizmente, a câmara do Seixal aparenta não ter percebido o conceito de serviço essencial. Em contexto de pandemia, a limpeza e manutenção da via pública foi descorada assim como o controlo de pragas de baratas e ratos.
A consulta do portal da contratação pública revela a triste realidade. Foram mais de três meses sem qualquer manutenção do espaço público. Com ervas e arbustos a crescerem sem controlo, danificando passeios, propriedade dos munícipes e servindo de abrigo às pragas. Multiplicam-se os relatos de falta de higiene da via pública, de desagradáveis e frequentes encontros com ratos ou invasões de baratas.
Teria de ser assim? Era necessário para atingir o controlo da pandemia, negligenciar uma outra vertente da saúde pública? Obviamente que não! Nenhum das opções tomadas contribuiu para dominar a Covid-19 no concelho do Seixal, não trouxe ganhos em saúde e apenas prejudica os cidadãos. Também prejudica as finanças autárquicas, pois para recuperar o que não foi feito em tempo útil, foi assinado um novo contrato que encarece em 26 mil euros a limpeza do espaço público. Todos nós iremos pagar uma maior fatura por um pior serviço prestado.
É incompreensível a quantidade de más decisões sobre um assunto que deveria ser simples. A limpeza do espaço público e o controlo de pragas é prioritária e não deve ser desleixada. É a nossa saúde, a reputação do nosso concelho e orçamento municipal que sofrem as consequências da má gestão autárquica.
Mário André Macedo, Enfermeiro
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