Criada equipa multidisciplinar para apoiar a comunidade no combate à COVID-19
SOs laboratórios do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) produziram esta segunda-feira cerca de 50 litros de álcool gel e preparam-se para, até ao fim da semana, iniciar a produção de viseiras de proteção, com recurso a impressoras 3D.
Com os laboratórios vazios de estudantes, na sequência da suspensão das atividade letiva em regime presencial, o IPS está a pôr um marcha um conjunto de ações que visam colocar os seus recursos, materiais e humanos, ao serviço da comunidade, contribuindo assim para suprir algumas das principais carências sentidas pelos serviços de saúde e forças de segurança na resposta à pandemia de COVID-19.
A produção de gel desinfetante, seguindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), decorreu nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS) e resultou de uma parceria com o município local, que, através do seu presidente, Frederico Rosa, abordou o estabelecimento de ensino no sentido de se encontrarem formas de mitigar as faltas de material de proteção individual em vários serviços de primeira linha a atuar no concelho.
A solução, composta por etanol (álcool), peróxido de hidrogénio (água oxigenada), glicerina e água (destilada ou da torneira), “não é de todo um produto complexo”, implicando apenas “os devidos cuidados com o peróxido de hidrogénio, que queima a pele, na concentração existente no laboratório, e a inflamabilidade do etanol a 96% (v/v). Foram sempre usadas luvas durante todo o procedimento e máscaras de proteção”, explicou Gabriela Gomes, responsável técnica, que teve a colaboração de dois outros docentes e membros da direção da ESTBarreiro/IPS, Pedro Neto e Telma Guerra Santos. Depois desta primeira experiência, os responsáveis manifestam disponibilidade para continuar a produzir álcool gel como forma de “colaborar e agir perante este flagelo que nos atinge a todos, e que se repercutiu na nossa comunidade escolar”.
Outra das contribuições da equipa multidisciplinar entretanto criada no IPS para apoiar a comunidade no combate à pandemia de COVID-19 é a produção de viseiras de proteção, que deverá arrancar ainda esta semana, na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), depois de vários dias de testes para afinar o processo, sob a responsabilidade dos docentes Nuno Nunes e Ricardo Cláudio.
O material será produzido nas seis impressoras 3D do laboratório Innovation Lab, recurso de grande utilidade, sobretudo para os docentes e estudantes das áreas de biomédica e aeronáutica, na produção de peças complexas. O processo envolverá uma equipa de perto de 20 voluntários, entre docentes e funcionários, que se revezarão em quatro turnos diários. A produção estimada é de 24 viseiras por dia, que para já terá como principais destinos a delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa e os centros hospitalares de Setúbal e do Barreiro, também graças à colaboração de docentes da área da Logística (Escola Superior de Ciências Empresariais), que asseguram o embalamento mais adequado.