O líder distrital do PSD de Setúbal e vereador da Câmara Municipal do Barreiro, Bruno Vitorino, garantiu este sábado que ao contrário do Partido Socialista, o PSD do Barreiro rejeitou “fazer, o mais fácil, uma política de terra queimada”, preferindo em vez de isso “deixar uma marca”, “a marca do trabalho”.
No discurso proferido no jantar comemorativo de um ano de mandato nos órgãos autárquicos no concelho do Barreiro – “Dar futuro ao Barreiro”, Bruno Vitorino explicou que serem “adversários da CDU é uma coisa”, serem “adversários do Barreiro é outra coisa completamente diferente”, por isso apesar de estarem contra algumas posições da CDU, terem pontos de vista ideológicos diferentes e pretenderem um caminho, efetivamente, diferente para o Barreiro, continuarão a trabalhar pelo Barreiro, nomeadamente com a CDU. “Nós nunca deixámos de ser oposição, somos é uma oposição construtiva”, destacou.
O vereador da CMB defendeu que têm sido úteis em várias áreas, designadamente na área ambiental e ajudado, consequentemente, a melhorar a imagem do Barreiro dentro e fora das fronteiras do concelho.
Bruno Vitorino explicou aos presentes, maioritariamente militantes e simpatizantes do PSD, que tem praticado um trabalho de proximidade, junto das IPSS, associações, instituições, comércio local, bem como dos moradores, “não numa lógica de demagogia, mas numa lógica de resolução dos seus problemas concretos”. Trabalho esse que considera que deveria ser feito por todos os agentes políticos, durante todo o ano, e não “de quatro em quatro anos, a três meses das eleições”.
“Nós não temos videovigilância em algumas zonas do Barreiro, por questões profundamente de preconceito ideológico da CDU, e é um disparate, a polícia municipal – que é sempre vista como uma despesa, mas que também gera receita – ajudaria, naturalmente, a criar no Barreiro melhor qualidade de vida e um maior sentimento de segurança para os nossos munícipes”, acentuou Bruno Vitorino, sublinhando que “há um conjunto de matérias, nomeadamente de desenvolvimento económico, que podiam estar muito melhor no concelho se a CDU despisse o preconceito ideológico que ainda tem”.
Relativamente ao Fundo de Apoio Municipal, um fundo que visa capitalizar as autarquias que estão em maiores dificuldades financeiras com a ajuda de outras autarquias e do governo central, o deputado da CMB lamentou que a autarquia do Barreiro “que é das mais endividadas e que já se socorreu de quase todos os mecanismos que os diversos governos foram pondo à sua disponibilidade para fazer face às suas dívidas” esteja “contra as transferências para o FAM”, utilizando como argumento que este é “um grande ataque do Governo ao Poder Local”.
Segundo Bruno Vitorino, a CMB vai receber no próximo ano, de transferências de Orçamento de Estado, “mais meio milhão de euros do que neste ano, ou seja, dá para o FAM e ainda sobra bastante dinheiro”. Destas transferências, o vereador destacou que “pela primeira vez, em termos de compensações indemnizatórias, os Transportes Coletivos do Barreiro vão receber centenas de milhares de euros”.
Sobre o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o vereador social-democrata realçou que está previsto que no próximo ano exista um reforço de IMI no Barreiro “de 800 mil euros”, “dinheiro que vai sair dos bolsos dos proprietários, sejam ricos ou pobres”. “Temos de continuar a batalhar, porque pagamos demasiado IMI, há proprietários que têm, praticamente, uma renda mensal a pagar à autarquia, porque a autarquia teima em não baixar as taxas, porque olha para o lado da receita e não para o lado da despesa dos munícipes”, destacou, sublinhando que tal como o IMI, a CMB nunca se mostrou disponível para reduzir a Participação Variável do IRS.
Para o vereador, é preciso mudar “com responsabilidade”, com medidas simples e exequíveis, tal como fez a autarquia de Almada. “Como aumentou bastante a base tributável, mesmo que se baixe a taxa, aumenta o valor que é arrecadado pela autarquia”, finalizou.