Desde 1974 que o 25 de Abril se tornou parte integrante da história do nosso Pais, não assinalasse ele um marco importante da nossa Democracia. O mesmo se pode dizer do dia 1 Maio, comemoração internacional do Dia do Trabalhador. Ambas as efemérides comemoradas publicamente ano após ano.

No entanto, 2020 não é de todo um ano comum. Desde que, no final de 2019, se começou a falar do novo corona vírus (SARS-CoV-2), acentuando-se o tom no dia 12 de março de 2020, com a declaração de pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Portugal não foi exceção, e não tardaram o aparecimento de casos de contágio e posterior escalada de vítimas. Pela primeira vez na nossa democracia foi imposto o Estado de Emergência, sendo renovado por mais dois períodos (até à data). Mais ainda, o povo português tem sido exemplar no cumprimento das medidas de confinamento impostas pela necessidade sanitária e pelo próprio Estado de Emergência. Nesse sentido, é com grande perplexidade que tomamos conhecimento da intenção da Assembleia da República (AR) em celebrar o 25 de Abril com cerca de 300 participantes “representando a vontade da maioria”, tal como disse Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia da República. Ora o PSD, enquanto partido da oposição, tem o dever de zelar pelo bem-estar dos Portugueses e como tal não pode compactuar com tal ato. Ou pelo menos não devia. Não pondo em causa a importância deste dia, nem o que este simboliza, salienta que a sua celebração, nestes moldes, constitui um grave risco de saúde pública, como também se trata de um ato de enorme hipocrisia política. Se por um lado tem sido pedido aos portugueses (e às famílias), para apesar da saudade, evitem o contato com os seus entes queridos (veja-se o exemplo recente da Páscoa), por outro temos os nossos governantes e representantes a desrespeitar por completo estes sacrifícios! Quanto à “vontade da maioria” expressada por Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia da República, será que ele se refere à maioria parlamentar de esquerda? Assim o parece, dado que põem a sua ideologia à frente dos interesses dos portugueses. Infelizmente, os maus exemplos não ficam por aqui, sendo que a central sindical CGTP anunciou esta sexta-feira que irá celebrar o 1o de Maio na rua, como aliás é costume, indo a UGT no sentido oposto ao não convocar qualquer evento para o 1o de maio. Ora, se a maioria dos portugueses fica em casa, colocando em risco o seu posto

de trabalho e a sobrevivência das empresas, a fim de evitar o contacto social, temos agora o braço sindical do PCP a incentivar o aglomerado de pessoas, num período de emergência. Poderia repetir tudo o que já foi dito atrás, mas prefiro salientar que, uma vez mais, a ideologia e a agenda política são postas à frente do interesse e da própria segurança dos portugueses e de Portugal.

O PSD, pela sua natureza política e pela confiança depositada em si pelos seus eleitores não deve ficar calado e compactuar com tais situações, opondo-se veemente e sem receio de que os seus adversários políticos desenterrarem fantasmas do passado, sem qualquer ligação ao PSD bem entendido, como o do fascismo.

Viva a Liberdade!

Luís Murilhas
Presidente CPS PSD Barreiro