O Partido Comunista Português (PCP), em comunicado, defende que as infraestruturas de transportes são estratégicas e investimentos produtivos.
Nesse sentido, o PCP alerta que a Base Aérea do Montijo “apresenta limitações na gestão de tráfego aéreo devido à orientação das pistas e à proximidade do Aeroporto da Portela, ao número de horas que permite operar livre de limitações, nomeadamente de ruído, aos acessos rodoviários e a ligação à rede de transportes” e o país necessita de uma solução definitiva que “já deveria estar em fase de construção no Campo de Tiro de Alcochete”.
Para o órgão comunista a construção da Terceira Travessia do Tejo Barreiro-Chelas, com as valências rodoferroviária, “terá uma enorme importância na mobilidade e no aumento do peso e atratibilidade do transporte público com reflexos na redução peso da importação de combustível”.
Para além destes investimentos, o PCP considera ainda que o Governo deve expandir a rede de metropolitano de superfície até ao Barreiro/Moita e construir a ponte Seixal-Barreiro.
Leia o comunicado na íntegra:
Com a entrada em funções do Governo do PSD/CDS, e a coberto do pacto de agressão subscrito pelo PS,PSD e CDS com o FMI, UE, BCE, a construção de um novo aeroporto de Lisboa como outros importantes projetos nacionais foram abandonados. Em simultâneo o governo acelerou o processo privatizador levando à entrega ao grande capital e às transnacionais de empresas estratégicas como a EDP, REN, CTT e ANA, esta última a uma multinacional francesa.
O anúncio que a Base Aérea do Montijo pode ter que ser usada por parte do tráfego Aéreo que ruma a Lisboa vem colocar de novo na ordem do dia a questão da saturação do Aeroporto da Portela. Esta é uma daquelas questões que há muitos anos estão em cima da mesa, e que levou a que várias opções de localização fossem equacionadas ao longo dos anos e que, finalmente, tivesse sido decido que a solução que melhor serve os interesses do país fosse a instalação desta importante e estratégica infraestrutura de transportes se situasse no Campo de Tiro de Alcochete.
As questões que esta hipótese coloca, obrigam a ter presente que na ponderação e escolha da localização do NAL-Alcochete, estiveram presentes questões de diversa complexidade técnica como seja, os problemas que se colocam na gestão do tráfego aéreo, a meteorologia no local, a sua construção ser em terrenos públicos não honorando a construção, como ainda permitia maior rapidez no seu arranque.
Quanto a hipótese Montijo, a sua operação para fins civis apresenta limitações na gestão de tráfego aéreo devido à orientação das pistas e à proximidade do Aeroporto da Portela, ao número de horas que permite operar livre de limitações, nomeadamente de ruído, aos acessos rodoviários e a ligação à rede de transportes, os custos inerentes à adaptação de uma estrutura militar a fins civis que vai ser temporária, quando o país precisa de uma nova e com carácter definitivo que já deveria estar em fase de construção no Campo de Tiro de Alcochete de forma faseada.
As atividades portuárias assumem um papel estratégico no funcionamento e dinamização da economia, pelo que se impõe a sua dinamização no todo do território nacional.
O seu reforço no estuário do Tejo é um imperativo para o desenvolvimento e o progresso económico e social da região, que passa pela ampliação da atividade portuária no Barreiro instalando aí um terminal de contentores, sem desativação das atividades instaladas na margem norte.
Um desenvolvimento que simultaneamente deve incorporar a atividade piscatória, nomeadamente instalando um porto de abrigo na margem sul junto à foz do rio Tejo, e uma doca e lota para descarga do pescado, e marítima ou turística, numa lógica de complementaridade e gestão integrada e pública do conjunto das infraestruturas marítimo-portuárias.
Uma questão transversal a todas estas atividades no plano da defesa do interesse nacional é serem de propriedade pública assegurando desse modo o seu papel na dinamização da economia particularmente na movimentação de cargas para o exterior na complementaridade intermodal.
Outra das questões transversais plano da Modernização das infraestruturas de transportes na AML é a concretização da construção da Terceira Travessia do Tejo Barreiro Chelas com as valências rodoferroviária que terá uma enorme importância na mobilidade e no aumento do peso e atratibilidade do transporte público com reflexos na redução peso da importação de combustível.
Bem como a prosseguir a expansão da rede de metropolitano de superfície até ao Barreiro/Moita, para a concretização da qual deveria ser iniciada a construção da ponte Seixal-Barreiro, e lançar os estudos para o seu prolongamento no Arco Ribeirinho do Tejo até Alcochete.
O progresso e desenvolvimento económico e social do país impõe uma clara aposta no dotar o país de infraestruturas de transportes que potenciem e apoiem a produção nacional, o que no contexto regional significa nomeadamente o inicio da construção do Novo Aeroporto de Lisboa no campo de tiro em Alcochete, o ampliar da atividade portuária construindo terminal contentores no Barreiro, a par da melhoria e desenvolvimento dos transportes públicos e alargamento do passe social intermodal a toda a área metropolitana com a integração de todos os operadores sem aumento de custos para os utentes elementos da melhoria das condições de vida das populações
A sua concretização é indissociável do prosseguimento da luta pela rutura com a política de direita e a construção de uma alternativa patriótica e de esquerda.