Cerca de 5 milhões e 700 mil pessoas votaram no dia 20 de Fevereiro. Sessenta e cinco por cento dos eleitores. Desses, perto de 2 milhões e 600 mil confiaram no PS. O país pintou-se de rosa.
O povo deu ao PS o que ele pediu: a maioria absoluta. Subjacente a esta votação está a razão do Presidente da República em dissolver o Parlamento, a penalização impiedosa da (des)governação PSD/PP, o “grito” de revolta dos portugueses, a força do voto e… a esperança.
E agora? É a pergunta que se repete. Agora é dever do PS governar quatro anos e, no final desse tempo, as “coisas” têm de estar bem melhores do que estão agora. Este é o compromisso que deve ser honrado. Pelos portugueses…e pela credibilidade da política.
O diagnóstico está feito. O país está mal. Enfermo. Por isso, vai ser dura a tarefa. Para uns e para outros. Para os que têm, inevitavelmente, de tomar decisões delicadas e para os que vão ter de esperar que a vida “corra de feição”.
São muitos e graves os problemas. Sabe-se que a resolução não se alcança estalando os dedos ou pelo recurso ao uso de “varinhas mágicas”. Tem de se agir. Já. Sem demora. Vão ser tomadas medidas. Algumas duras. Mas inevitáveis e inadiáveis. O que todos esperamos é que sejam acertadas. Certeiras. O resultado das soluções não se sentirá de imediato. Em tempo que estanque a impaciência já vigente.
O cenário é complicado. Implementar medidas que no mais curto espaço de tempo emitam resultados visíveis não é fácil. As “entorses” de que o país padece são estruturais. Não são matérias de cura-relâmpago. Por isso partilho da opinião do Dr. Mário Soares. O Governo que aí vem tem de ser uma espécie de governo de “salvação nacional”. Tem de ser um Governo de Missão. Foi para isso que os portugueses se mobilizaram através do voto.
Se houve mobilização no país, também no Concelho da Moita os eleitores disseram: presente. O PS ganhou. Com excepção da freguesia de Sarilhos Pequenos que ficou a quatro votos da vitória, todas as restantes foram ganhas. No global o PS distancia-se da segunda força partidária – CDU- em cerca de 3.700 votos.
Aliás, esta é a terceira vitória consecutiva que o Partido Socialista obtém no concelho e uma boa razão para acreditar que é possível conquistar a Câmara Municipal em Outubro próximo.
Há cerca de 30 anos que o município é gerido pelo PCP. Quantas vezes ouvimos muitos dos nossos concidadãos distanciarem-se do acto eleitoral por considerarem que “não vale a pena, ganham sempre os mesmos”. O concelho provou que o eleitorado está disponível para a mudança. Agora, importa que saibamos valorizar a gestão local como valorizámos a governação nacional. Importa que vistamos a camisola verde e amarela do concelho e lutemos por uma realidade de modernidade e elevados padrões de qualidade de vida. Se já vimos que mudar está nas nossas mãos. Se já constatámos que é possível, do que estamos à espera? Outubro é o momento. Depois … pode ser tarde de mais. É consigo!
*Presidente da Comissão Política Concelhia da Moita do PS
Membro do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas
Membro da Comissão Política Nacional do PS
email:psmoita@zmail.pt