Pensei fazer um artigo de opinião, mas o assunto está a empurrar-me para uma crónica do quotidiano.
Alguém comentava outro dia que os moinhos travestidos de pai natal seriam o novo logotipo do município e representaria o novo espírito do executivo municipal sempre pronto a dar prendas aos munícipes.
Claro que contestei esta interpretação: -- Que, certamente, os placares apenas se mantêm porque o novo executivo, anda naturalmente preocupado com coisas mais importantes e, que também não tem qualquer problema desejar um bom ano novo em Março pois, só após 31 de Dezembro, ele passará a ser velho. Além disso, demonstra ainda que, ao contrário do anterior executivo, este não liga grande coisa à propaganda. Que não, afirmava o meu interlocutor, que o facto de ainda haver esta propaganda natalícia tem a ver com a falta de clareza de objectivos que impede o executivo de encontrar mensagens que transmitam de forma simples as suas ideias para a cidade. E a conversa continuou sobre a grande atenção que o PCP dá ou não às questões da propaganda e que, aparentemente, o desleixo neste caso era incompreensível.
Um segundo amigo veio lançar mais achas para a fogueira levantando questões estéticas: -- “Que era um “boneco” muito kitch, que era o mesmo que enfiar um preservativo gigante na Torre de Belém…” Tive de reconhecer a vulgaridade da opção, mas que também não era motivo para condenar o executivo na praça pública.
Quando a conversa estava a caminhar para uma intelectualização, com erudições a propósito das qualidades estéticas, chega o amigo Lopes, que estando calado durante um bocado, ouvindo as elucubrações de cada parte, encerra o debate:
--Vocês não percebem é nada de mensagem política, vocês não atingem a profundidade da coisa... Os moinhos continuarão com os barretes durante mais uns meses, porque Natal é quando um homem quiser!
*Concelhia do Bloco de Esquerda
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