Tem tido uma enorme repercussão na comunicação social a recente medida anunciada pelo Governo de colocar à venda fora das farmácias os medicamentos não sujeitos a receita médica. É caso para dizer muita parra e pouca uva, trata-se de uma medida avulsa (que consideramos positiva) mas que tem sobretudo em linha de conta os interesses financeiros de grandes “lobbys”, desviando a atenção das grandes medidas que deveriam estar a ser tomadas na área da saúde.
Nomeadamente, no que aos medicamentos diz respeito, as grandes questões são as da reposição da comparticipação dos muitos medicamentos que os anteriores governos decidiram retirar e a de acabar com o encargo suplementar que resulta do chamado “preço de referência” dos produtos para cujo princípio activo já existem “genéricos”.
E o que dizer das dosagens que são receitadas em excesso - quantas vezes são receitadas caixas grandes quando uma caixa pequena era suficiente; ou dos medicamentos que não se podem devolver quando se confirma que não são os indicados.
Toda a informação está disponível na brochura “Guia dos Genéricos/Guia dos Preços de Referência”, 1.º Trimestre 2005 publicada pelo INFARMED.
Esta lista prolonga-se, abrangendo um largo número de medicamentos de grande consumo, mantendo-se assim o grave prejuízo para os milhares de idosos e doentes que vêem uma grande fatia da sua reforma e salário ser canalizada para as farmácias (ou agora para outro lado qualquer).
*Célula dos Trabalhadores Comunistas da Câmara Municipal da Moita