O Concelho da Moita corre fortes riscos de acentuar, no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa (AML), as suas funções de subúrbio-residencial. Se o concelho continuar a ser pensado e executado como tem sido afastar-nos-emos, dramaticamente, dos pólos mais dinâmicos da Península de Setúbal de quem temos já hoje uma posição periférica. É débil a nossa estrutura empresarial e produtiva, pouco variada ao nível dos ramos de actividades e a carecer de desenvolvimento tecnológico, componente essencial para reforço das condições de competitividade e estabilidade. Pela ausência de infra-estruturas adequadas, fundamentalmente ao nível da rede viária e dos serviços de transportes públicos, bem como de equipamentos colectivos – de desporto, cultura, de ensino, de saúde – não conseguimos competir com concelhos da AML na atracção de outros públicos – pessoas ou empresas – exigentes na qualidade ambiental e urbana. Os indicadores sócio-económicos e sócio-culturais estudados não nos fazem “brilhar os olhos”. É certo que não estamos perante um cenário risonho mas não vale a pena colocarmos a cabeça na areia. É importante que encaremos a realidade porque só assim nos galvanizaremos na busca de soluções. E as constatações não têm de ser fatalidades inalteráveis.
O concelho tem potencialidades que devemos saber “ampliar” em favor de estratégias de desenvolvimento. O aproveitamento e rentabilização daquilo que o concelho ou o espaço envolvente oferece tem de ser potenciado como meios para a construção e consolidação de um projecto concelhio de médio e longo prazos.
A qualidade do ar, a boa capacidade dos solos agrícolas, as reservas aquíferas subterrâneas, a localização do concelho e toda a riquíssima frente ribeirinha constituem mais valias para a “aposta” na sustentabilidade do desenvolvimento local. No plano das acessibilidades, não obstante as deficiências locais que tem de ser urgentemente superadas, nomeadamente com a construção de uma circular externa, há que saber rentabilizar as condições oferecidas, já, pela Ponte Vasco da Gama e pelo Anel de Coina e, a médio prazo, pela construção da Ponte Barreiro-Chelas.
O potencial humano é outra das “pérolas” do concelho que tem de ser acarinhado. A população é jovem, logo, seiva de boas perspectivas futuras; é identificada uma estrutura multicultural rica; o movimento associativo é vasto e pode ser parceiro inalienável nos processos de mudança e inovação; a tradição operária da população constituiu um trunfo para o fomento da educação/ formação, investindo-se seriamente no ensino profissional do concelho da Moita tendo como promotor o próprio Município.
Todos os agentes locais têm de ser agentes de mudança e por isso chamados a fazer parte deste movimento de ressuscitação do concelho.
Estou certa que a adesão será maciça se esses agentes entenderem a missão que a todos move. E essa missão traduz-se em construirmos, na Moita, um concelho de oportunidades. Para os que aqui residem e para os que nos visitam. Para nós e para os nossos filhos. Oportunidades no presente e no futuro. É esta a ambição. Legítima e necessária. É por isto que é proibido desistir.
*Presidente da Comissão Política Concelhia da Moita do PS
Membro do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas
Membro da Comissão Nacional do PS
Membro da Comissão Política Nacional do PS
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