Será que numa eleição, um voto, ou uma posição numa escala de poder justifica tudo? Será que uma estratégia de tipo bota abaixo só mancha a imagem dos políticos? Será que os problemas se resolvem só com lideranças? A minha resposta para estas três perguntas é não.
Uma eleição não pode justificar que se fale da Câmara Municipal da Moita como um instituição que nada faz, onde todas as opções são tomadas de má fé. Não o pode justificar, nem deve ser aceite por todos nós. Todos aqueles que estão informados, sabem que os dirigentes P.S. local “afirmaram” na Comunicação Social que existe um partido diferente no Concelho, o Partido Comunista da Câmara Municipal da Moita.
Esta atitude não atinge só os políticos eleitos desta casa, mas também os seus trabalhadores. Trabalhadores esses que de certeza não partilham todos das ideias dos políticos eleitos, mas devem ser profissionais e levar o projecto municipal a bom porto.
Este caminho é errado e perigoso. Mas será que um voto, vale o mesmo ou mais que a imagem de um concelho? Não me parece. A imagem de um concelho é a sua dinâmica. Manchar essa imagem é afirmar que o concelho não é capaz e desinteressante. Por incrível que pareça foi o que uma vez mais o Partido Socialista fez através do Sr. Jorge Coelho, e desta vez a nível nacional, quando este comparou a Moita com a Roménia.
O Sr. Jorge Coelho chamou-me Romeno, não só a mim como a todos os munícipes do concelho. Não atingiu só os eleitos da C.D.U. mas todos nós munícipes. Por último, uma Câmara Municipal é uma equipa de pessoas que estabelecem relações de trabalho entre elas e o exterior, são estas pessoas que “fazem” a imagem da Câmara Municipal, sendo o rosto mais visível o do Presidente da Câmara. Mas a noção de equipa não se esgota nos Vereadores, nem se deve esgotar na Câmara Municipal, deve se consolidar nas relações entre a Câmara e as entidades “vivas” do Concelho e do Pais.
Não é a Câmara Municipal que tem de apresentar todas as soluções para os nossos problemas, somos todos em conjunto que temos de as procurar. Uma liderança não deve ser a solução para todos os problemas, deve saber desbloquear situações para que o Concelho evolua.
Uma liderança no Concelho da Moita tem de saber unir vontades e aproximar interesses e não apresentar as “suas soluções”. Uma liderança que não sabe ouvir e só sabe destruir é uma liderança fraca. Uma liderança que tudo sabe, não sabe nada.
* Militante do Partido Comunista Português