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  A má “educação” na política -



   
 


Já nos habituámos a políticos mal-educados mas, muitas vezes, pensamos que atitudes menos dignas acontecem e não se voltam a repetir. Esperanças em vão. Analisemos com atenção o exposto a seguir. O governo PS apresentou um programa de ensino de inglês no 3º e 4º anos do Ensino Básico. Este programa nasceu torto e hoje é usado como arma de arremesso.

Numa primeira fase, que seria de discussão, a Ministra da Educação afirmou que este programa não necessitava dos municípios para avançar, facto pelo qual, a Associação Nacional de Municípios colocou ressalvas à assinatura de um protocolo em que as Câmaras Municipais assumiam muita da responsabilidade sobre o projecto.

Numa segunda fase, que seria de aplicação do programa, e antes do prazo de candidaturas estar concluído, vários candidatos a Presidentes de Câmara afectos ao Partido Socialista expuseram publicamente que os seus opositores no poder nada fizeram para que as escolas do seu concelho pudessem usufruir do mesmo. O caso mais mediático foi o de Manuel Maria Carrilho. Este senhor atacou o Presidente da Câmara de Lisboa por apenas algumas escolas estarem incluídas no programa, esquecendo-se de dizer que foi a própria ministra a afirmar que as Câmaras Municipais não seriam necessárias para a boa aplicação do programa, nem que a primeira intenção deveria ser das escolas, porque estas é que devem decidir se têm as condições para poder ministrar o inglês. Isto é pura e simplesmente vergonhoso.

Como se não bastasse, o programa, que deveria apostar nos professores desempregados (assim dava emprego a pessoas com habilitações, sendo que alguns dos quais recebem subsídio de desemprego) aposta nas entidades privadas. Mau, muito mau, mas o exemplo repete-se de norte a sul, a oposição do PS ataca as Presidências de Câmara com argumentos destes. Claro que para muitas pessoas desprevenidas e mal informadas a campanha pega, mas é urgente clarificar a situação. Assim, parece-me que se devem referir três pontos fundamentais:
1- O processo de candidatura só termina no final de Setembro, pelo que usar qualquer argumento sobre este programa até lá é pura demagogia;
2- A vontade de participar no programa tem de ser expressa pelas escolas em primeiro lugar, e não pelas autarquias;
3- A Associação Nacional de Municípios Portugueses considerou que o Ministério da Educação não quis diálogo (o que é comum com este governo do P.S.) inviabilizando a assinatura de um protocolo;

Podemos com isto concluir que o Governo do PS utilizou a sua própria incompetência, arrogância e falta de diálogo com os municípios como uma arma de ataque às autarquias que não são da sua cor política, ou seja para o PS a educação não é o futuro, mas sim uma arma eleitoral. Que má educação.

*Candidato à Assembleia de Freguesia da Baixa da Banheira
Militante do Partido Comunista Português


 
Nuno Cavaco
2005-09-20
   

  

  
   
 

COMENTÁRIOS

AV1
Sim e Não

Sim:
O programa do Governo para a introdução do Inglês é manco.

Este programa não foi planeado devidamente, com estudo dos agrupamentos de Escolas onde era possível - à partida os agrupamentos verticais como o da Escola D. Pedro II na Moita.

Não:
As Câmaras não devem sempre escudar-se na defensiva e devem ter uma atitude pró-activa.
É certo que tem sido arma de arremesso político, mas existem autarquias que atempadamente e sem necessidade de grande investimento, fizeram protocolos com escolas de línguas ou mesmo com escolas públicas para resolver a situação.



2005-09-21


 

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