No passado domingo, dia 7 de Junho de 2009, os portugueses foram chamados a votar e a escolher os seus representantes no parlamento europeu. Num quadro de redução de deputados houve muito abstenção, muita gente não foi votar, mas mesmo assim foram menos do que se esperava e aqui está o cerne da questão. Foram menos do que se esperava porque PS e PSD sempre que podem decidem pelos portugueses. Mesmo quando prometem perguntar ao povo português a sua opinião, não cumprem a promessa e escolhem o que mais lhe favorece.
Recordo aqui e mais uma vez que PS e PSD prometeram referendar o Tratado de Lisboa (cópia do Tratado Constitucional chumbado por vários países) e não o fizeram. O prometido é devido! Quem não honra a sua palavra …
O partido socialista foi penalizado pela política que pratica, uma politica de direita, e pelo estilo autoritário e prepotente com que nos tem “presenteado”. O nível de votação no partido socialista é o mais baixo de há muitos anos para cá e é um sério aviso a este partido e um grito do povo para que estes senhores emendem a mão e façam a ruptura com esta política de direita, honrando assim o nome que têm.
No nosso distrito a taxa de afluência às urnas foi superior à média nacional (37,17%) e situou-se nos 38,25%. A nível distrital a CDU passa a ser a força política mais votada, destronando o PS, com cerca de 26% dos votos. No Concelho da Moita a CDU ganhou em todas as freguesias, aumentando os votos relativamente à última eleição. Estes são claros sinais da população do Concelho da Moita que tem vindo a acreditar no projecto da CDU e tem considerado o voto nesta força como um voto seguro e como um voto que a defende. Lembro que por vontade do povo do Concelho da Moita Jerónimo de Sousa era o Presidente da República e que nas últimas eleições autárquicas a CDU também reforçou as suas votações. Este reforço da esquerda que quer discutir e construir com o povo e com os trabalhadores os caminhos europeus de progresso só pode apontar o caminho certo e seguro. E é só isso o que propomos. A CDU quer romper com a política de direita, lutando com os trabalhadores e com as populações pela democracia e a soberania nacional, pelo emprego com direitos, por uma Europa de Paz e Cooperação, uma Europa de povos iguais. Tão simples e tão ao nosso alcance por ser tão justo.
Mas as complicações criadas por falsos democratas levam a que a Europa se envolva em guerras, a que os Estados não sejam considerados iguais e soberanos, a que a Economia se renda ao primado dos mais fortes, a que os trabalhadores sejam explorados e a que o povo veja os serviços públicos a que tinha direito encerrados ou mais inacessíveis. São estes caminhos as escolhas, são estas as hipóteses e somos nós quem escolhemos. O reforço da CDU não só a nível distrital (em Setúbal), como a nível nacional (mais 20% dos votos) faz-nos acreditar que aqueles que cumprem e que trabalham podem alterar o estado das coisas.
Está nas vossas mãos. No domingo a tendência registada indica o caminho da discussão e da construção colectiva, esperemos que nos próximos domingos os portugueses exijam o esclarecimento, a participação e o dever da construção de uma outra Europa.
A CDU continuará a lutar em defesa dos trabalhadores e das populações. A CDU continuará a bater-se por outra política, por uma política ao serviço do povo e do País.
* Membro da DORS do PCP