Encerrou mais uma agência bancária na região. Politicos de todos os partidos apressam-se para falar e para fazer comunicados. Todos ficam muito bem nos vídeos. Os comunicados expressam os seus sentimentos em relação à população que vê a sua vida mais complicada. 

Dizem que devemos estar todos unidos e que devemos lutar. De acordo, como sempre, mas recordemos o que se passou até aqui. 

De há uma década para cá e por opção de PS, PSD e CDS, foram extintas mais de 1000 juntas de freguesia, foram encerradas milhares de escolas, dezenas de centros de saúde, quarteis da GNR e esquadras da PSP, postos e estações de correios e centenas de agências bancárias. Se a maioria das agências bancárias são de bancos privados ainda que financiados por todos nós, pelo dinheiro dos contribuintes, já as do banco público, da Caixa Geral de Depósitos foram encerradas com o aval do governo, deste governo. Em relação às escolas, quartéis e esquadras das forças de segurança, juntas de freguesia e postos e estações de correios, os encerramentos e as extinções podem ser partilhados por PS, PSD e CDS, com ou sem a desculpa da Troika. Quem perdeu? Fomos nós. 

Quando encerraram a estação de correios da Baixa da Serra concentrando serviços na Estação da Estrada Nacional e no Posto de Correios da Junta de Freguesia do Vale da Amoreira, fomos nós mais uma vez a perder, perder tempo nas filas e na qualidade do atendimento. Diziam e dizem que os correios têm de se modernizar, que agora temos internet e que um email substitui a carta. Mas não é assim e nos tempos extraordinários que viivemos é assistir a filas intermináveis de pessoas à espera da sua encomenda, da sua carta, da sua reforma … E se a situação não é pior na freguesia da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira é porque a Junta de Freguesia subsidia e presta o serviço no Vale da Amoreira, gastando dinheiro público que deveria ser utilizado naquilo que nos compete e não para servir a população com este importante serviço que foi entregue a uma empresa privada, aumentando assim os lucros dos CTT.

Vai fechar o BCP/Millennium em Alhos Vedros. Esta terra perde a única agência bancária que tem. Os clientes que deveriam ser utentes terão de se deslocar à Baixa da Banheira ou à Moita para aceder ao serviço, sobrecarregando ainda mais aquelas agências. Que acontecerá à população? O que acontecerá aqueles trabalhadores?

Mas porque é que isto acontece? Não há alternativa?

Isto acontece por vários motivos e se como disse a decisão do encerramento de uma agência bancária de um banco, mesmo privado, é da responsabilidade do banco, se este recorreu a fundos públicos em tempos de dificuldades, maiores deveriam ser essas obrigações para com as pessoas. Este governo contratou Paulo Macedo para gerir a Caixa Geral de Depósitos. Um antigo ministro do governo PSD/CDS que promoveu o maior desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde de sempre. Deu-lhe carta branca e aumentaram os encargos dos utentes e encerraram agências bancárias. O aumento dos encargos dos utentes e o encerramento de agências bancárias não são objetivos de um serviço público centrado no cidadão, nos seus direitos e interesses. 

Não há inevitabilidades e o que acontece muitas vezes resulta de uma decisão politica. Podem agora os politicos locais de PS, PSD e CDS empurrarem-se e acotovelarem-se para aparacer no vídeo, lamentando os malefícios que os seus partidos provocaram aos cidadãos, quando eles apoiam sempre as medidas que os governos dos seus partidos implementam de redução de serviços. 

A coerência de outros, muitas vezes apelidada de cassete, pode ser confirmada pelas posições que tomam e tomaram na Assembleia da República, no Parlamento Europeu ou nas Assembleias Municipais e de Freguesia, bem como nas lutas que travámos contra o encerramento dos serviços e na defesa dos trabalhadores. A CDU sempre o fez e vai continuar a fazer, defendemos os interesses das populações e dos trabalhadores. Quando propomos uma Politica Patriótica e de Esquerda para o país é também disto que estamos a falar!

Nuno Cavaco 

Militante do Partido Comunista Português